terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ronaldo...o melancólico fim de uma carreira fenomenal!!!



Em 1996, era comum ver em todas as peladas de futebol de rua a camisa 9 do Barcelona. Desde as originais, até aquelas compradas no tiozinho da feira, não importava. Todos queriam a camisa do Ronaldo. Eu ,na época com 12 anos, quando ia jogar bola, falava que era o Ronaldo. Até no vídeo-game, todos queriam ter o Ronaldo no  seu time. Me lembro até que lançaram uma fita em VHS com os grandes dribles e gols. Minha turma de amigos não cansava de assistir. Era mais ou menos naquela época que começava a era "fenomenal". Um verdadeiro culto de adoração a um dos maiores centroavantes que o futebol mundial já viu.
As arrancadas espetaculares e dribles eram vistos pelo mundo todo. Isso porque naquela época não existia o advento da internet de forma tão intensa como é hoje, onde a informação chega quase em tempo real. Sites como YouTube e portais de notícias como G1 nem pensavam em existir. Mesmo assim, o mundo se curvava ao talento e ao carisma do fenômeno.
Dois anos depois, na copa do mundo da França, em 1998, Ronaldo aparecia como e a estrela maior da seleção brasileira, que também contava com outros astros como Roberto Carlos, Cafu, Edmundo, Giovanni e Rivaldo. Me lembro de cada jogo como se fosse ontem. Lembro das minhas lágrimas de alegria quando, na semi-final contra a Holanda, Taffarel defendeu o último penalti, cobrado pelo zagueiro Frank De Boer, assim como também me lembro da ansiedade e tristeza que senti quando, antes da final contra a França, foi divulgada a escalação do Brasil com Edmundo no ataque, pois Ronaldo havia sofrido uma convulsão antes do jogo. Minutos depois ele entraria em campo, onde um Brasil apático e muito longe daquele que venceu talvez uma das melhores seleções da Holanda na história, seria destroçado pela França do inigualável Zidane. 

Muito se falou de qual seria a causa da convulsão de Ronaldo. Muitas conspirações foram fantasiadas sobre as verdadeiras circunstâncias da derrota do Brasil. Pra mim nada daquilo importava. Nenhuma desculpa diminuiria minha tristeza. O Brasil perdera a copa e meu grande ídolo fora apenas mais um em campo, nada podendo fazer. Sua convulsão antes do jogo acabou tendo mais impacto do que suas grandes atuações durante toda a competição.


Talvez esse tenha sido o fato que mais me marcou na carreira do Ronaldo. Porém, depois da copa, mesmo sofrendo duas graves lesões no joelhoe ficando quase dois anos sem jogar, ele daria a volta por cima, vencendo e sendo artilheiro da copa de 2002 e sendo eleito pela terceira vez o melhor jogador do mundo, consolidando seu nome de vez como um mito do futebol.
Mesmo depois da  decepção na copa de 2006, onde o Brasil foi mais uma vez derrotado pelo França com outro show de Zidane e com Ronaldo se apresentando claramente acima do peso e fora de forma, na minha cabeça, ele sempre seria um ídolo.

Quando Ronaldo se apresentou no Corinthians no final de 2008, era como se um sonho se tornasse realidade. Que corinthiano um dia imaginou ver Ronaldo no seu time. Ele era uma espécie de figura mitológica do futebol, inascessível a qualquer clube brasileiro. Nunca imaginei que um dia poderia ver de perto o grande ídolo da minha infância, o que fiz em duas oportunidades. O ano de 2009 foi fantástico. Títulos e golaços brindaram a união entre Ronaldo e Corinthians. De lá pra cá, atuações fracas, o excesso de peso e lesões ofuscaram o brilho de Ronaldo. O fenômeno já não era mais o mesmo e passou a ser muito contestado pela imprensa e torcedores em geral. Eu mesmo fui um de seus mais vorazes críticos. Justamente por saber que o que via, não era nem 10% do Ronaldo que eu vira na infância que se tornara meu ídolo.

Por tudo isso, é que escrevo esse texto. Acredito que mesmo como fraco desempenho dos últimos tempos, Ronaldo merecia um fim de carreira melhor, mais bonito, com o mesmo status que o colocou no patamar de fenômeno. No dia 14 de fevereiro de 2011, ele se despede do futebol pela porta dos fundos, contestato pelo peso, vida noturno e comprometimento. Mas na minha humilde opinião, nada disso diminui o que ele representou na minha infância, como exemplo de grande jogador e ser humano que luta e dá a volta por cima, e tudo que deu ao futebol brasileiro. É por tudo isso que fiz questão de registrar meu sentimento de admiração e agradecimento, pois depois de Ayrton Senna, o Brasil está ficando carente de ídolos. Ele não tinha o canhão de Roberto Dinamite, não era bom de cabeça como o irreverente Dadá Maravilha, nem agressivo como Serginho Chulapa, mas na área era decisivo como poucos.
Obrigado fenômeno!!!

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