sexta-feira, 27 de maio de 2011

O futebol brasileiro continua sendo o melhor do mundo?

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Desde quando acompanho futebol e a seleção brasileira (entenda-se copa de 98 em diante), tenho visto que o futebol brasileiro vem sendo questionado se é realmente o melhor do mundo. As atuações pífias nas copas de 2006 e 2010 também nos remetem à mesma questão: o futebol brasileiro ainda é o melhor do  mundo?
É fato que o Brasil é um grande celeiro de craques. Jogadores como Paulo Henrique Ganso e Neymar no Santos, Lucas no São Paulo, o jovem goleiro Renan do Avaí e o meia Oscar do Internacional, na que na minha opinião ainda será um grande jogador, são grandes exemplos disso. Destes citados, com certeza Neymar e Ganso estão à frente. Neymar possui uma habilidade e velocidade assustadoras. Ganso tem a visão de jogo e a técnica dos grandes meias dos anos 70 e 80. Daqui a alguns anos, estando mais maduros e experientes, com certeza esses dois são candidatos a melhor jogador do mundo. Isso sem citar jogadores já consagrados como Kaká, Robinho, Luís Fabiano, Júlio César, entre outros.
Porém, já faz alguns anos, o campeonato brasileiro vem caindo de nível. Cada vez mais, os grandes jogadores deixam o país muito jovens, fazendo com que os times tenham que se virar em um campeonato com vários jogadores de qualidade questionável. Os jogadores que são repatriados, voltam em final de carreira e com salários astronômicos, tornando-se estrelas solitárias em elencos medianos ou fracos. Sem falar na arbitragem e no calendário, que são um caso à parte, no mau sentido.
 Todos esses problemas se refletem na seleção brasileira, que a muito tempo não joga um futebol convincente. Muitas pessoas que conheço preferem torcer para os seus times do que pra seleção. Principalmente aqueles que tiveram o prazer de ver a seleção de 82, que mesmo não ganhando a copa, foi uma das melhores de todos os tempos.
A verdade é que há muito, o torcedor brasileiro perdeu o tesão de essistir à seleção. Foi muito triste ver uma seleção olímpica como a de 96, com Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos, Dida, Sávio, Rivaldo e Bebeto, perder de virada pra Nigéria um jogo que vencia por 3X1. Como pode uma seleção como a de 2006, com os Ronaldos, Robinho, Kaká, Roberto Carlos, Adriano e Júlio César, ser derrotada de forma humilhante pela França, com direito a mais um show de Zidane? Ou em 2010 perder pra Holanda, que além do goleiro, só tinha mais 2 jogadores com alguma qualidade (diga-seSneidjer e Robben)? Porque um time com os maiores craques do mundo não consegue se tornar uma equipe vencedora?
Uma das grandes honras da minha vida, foi quando, ainda estudante universitário de Radio e TV, apresentei um programa com a participação do grande jornalista Michel Laurence, um dos fundadores da revista Placar e idealizador do troféu bola de prata. Num papo informal, nos bastidores, Michel disse uma coisa que, depois de analisar friamente, verifiquei que é a mais pura verdade. Na Europa, onde estão os ditos melhores jogadores e competições do mundo, os campeonatos nacionais tem somente 2, no máximo 3 candidatos ao título, tese endoçada por Muricy Ramalho numa coletiva na semana passada. Muitos dos jogadores que atuam por lá, e são chamados de craques, se fizessem um teste em times da segunda divisão do brasileirão, seriam reprovados. Isso só ilustra a grande derrocada do futebol brasileiro.
Fica aí a esperança no trabalho do Mano Meneses. Ele tem um bom time nas mãos. Basta saber se conseguirá transforma-lo numa boa equipe...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ronaldo...o melancólico fim de uma carreira fenomenal!!!



Em 1996, era comum ver em todas as peladas de futebol de rua a camisa 9 do Barcelona. Desde as originais, até aquelas compradas no tiozinho da feira, não importava. Todos queriam a camisa do Ronaldo. Eu ,na época com 12 anos, quando ia jogar bola, falava que era o Ronaldo. Até no vídeo-game, todos queriam ter o Ronaldo no  seu time. Me lembro até que lançaram uma fita em VHS com os grandes dribles e gols. Minha turma de amigos não cansava de assistir. Era mais ou menos naquela época que começava a era "fenomenal". Um verdadeiro culto de adoração a um dos maiores centroavantes que o futebol mundial já viu.
As arrancadas espetaculares e dribles eram vistos pelo mundo todo. Isso porque naquela época não existia o advento da internet de forma tão intensa como é hoje, onde a informação chega quase em tempo real. Sites como YouTube e portais de notícias como G1 nem pensavam em existir. Mesmo assim, o mundo se curvava ao talento e ao carisma do fenômeno.
Dois anos depois, na copa do mundo da França, em 1998, Ronaldo aparecia como e a estrela maior da seleção brasileira, que também contava com outros astros como Roberto Carlos, Cafu, Edmundo, Giovanni e Rivaldo. Me lembro de cada jogo como se fosse ontem. Lembro das minhas lágrimas de alegria quando, na semi-final contra a Holanda, Taffarel defendeu o último penalti, cobrado pelo zagueiro Frank De Boer, assim como também me lembro da ansiedade e tristeza que senti quando, antes da final contra a França, foi divulgada a escalação do Brasil com Edmundo no ataque, pois Ronaldo havia sofrido uma convulsão antes do jogo. Minutos depois ele entraria em campo, onde um Brasil apático e muito longe daquele que venceu talvez uma das melhores seleções da Holanda na história, seria destroçado pela França do inigualável Zidane. 

Muito se falou de qual seria a causa da convulsão de Ronaldo. Muitas conspirações foram fantasiadas sobre as verdadeiras circunstâncias da derrota do Brasil. Pra mim nada daquilo importava. Nenhuma desculpa diminuiria minha tristeza. O Brasil perdera a copa e meu grande ídolo fora apenas mais um em campo, nada podendo fazer. Sua convulsão antes do jogo acabou tendo mais impacto do que suas grandes atuações durante toda a competição.


Talvez esse tenha sido o fato que mais me marcou na carreira do Ronaldo. Porém, depois da copa, mesmo sofrendo duas graves lesões no joelhoe ficando quase dois anos sem jogar, ele daria a volta por cima, vencendo e sendo artilheiro da copa de 2002 e sendo eleito pela terceira vez o melhor jogador do mundo, consolidando seu nome de vez como um mito do futebol.
Mesmo depois da  decepção na copa de 2006, onde o Brasil foi mais uma vez derrotado pelo França com outro show de Zidane e com Ronaldo se apresentando claramente acima do peso e fora de forma, na minha cabeça, ele sempre seria um ídolo.

Quando Ronaldo se apresentou no Corinthians no final de 2008, era como se um sonho se tornasse realidade. Que corinthiano um dia imaginou ver Ronaldo no seu time. Ele era uma espécie de figura mitológica do futebol, inascessível a qualquer clube brasileiro. Nunca imaginei que um dia poderia ver de perto o grande ídolo da minha infância, o que fiz em duas oportunidades. O ano de 2009 foi fantástico. Títulos e golaços brindaram a união entre Ronaldo e Corinthians. De lá pra cá, atuações fracas, o excesso de peso e lesões ofuscaram o brilho de Ronaldo. O fenômeno já não era mais o mesmo e passou a ser muito contestado pela imprensa e torcedores em geral. Eu mesmo fui um de seus mais vorazes críticos. Justamente por saber que o que via, não era nem 10% do Ronaldo que eu vira na infância que se tornara meu ídolo.

Por tudo isso, é que escrevo esse texto. Acredito que mesmo como fraco desempenho dos últimos tempos, Ronaldo merecia um fim de carreira melhor, mais bonito, com o mesmo status que o colocou no patamar de fenômeno. No dia 14 de fevereiro de 2011, ele se despede do futebol pela porta dos fundos, contestato pelo peso, vida noturno e comprometimento. Mas na minha humilde opinião, nada disso diminui o que ele representou na minha infância, como exemplo de grande jogador e ser humano que luta e dá a volta por cima, e tudo que deu ao futebol brasileiro. É por tudo isso que fiz questão de registrar meu sentimento de admiração e agradecimento, pois depois de Ayrton Senna, o Brasil está ficando carente de ídolos. Ele não tinha o canhão de Roberto Dinamite, não era bom de cabeça como o irreverente Dadá Maravilha, nem agressivo como Serginho Chulapa, mas na área era decisivo como poucos.
Obrigado fenômeno!!!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Desabafo de um corinthiano



Ontem depois do jogo, pensei em muita coisa pra escrever. Pensei em exprimir toda a minha raiva e revolta. Hoje, com a "cabeça mais fria", percebi que não adianta. Não adianta, reclamar, pixar muros, ir ao aeroporto xingar os jogadores e o presidente ou tentar achar culpados. Tudo isso é a reprise de uma novela que já dura vários anos. Toda vez que o Corinthians é eliminado da Libertadores é a mesma coisa. E até mesmo quando a torcida tentou mudar essa escrita, apoiando o time na eliminação de 2010 contra o Flamengo, o time decepcionou no Brasileiro. Isso na verdade era um prenúncio do que estava por vir. O tamanho da vergonha que sinto é simplesmente impossível de explicar com palavras. Pior que aguentar as gozações de torcedores rivais e outros de ocasião sobre o não ter ganho nada no ano do centenário, é ver a imprensa colombiana chamar o Corinthians de time fanfarrão. Vindo de onde vem, isso é duro de engolir. Mais difícil ainda, e aceitar que todos tem razão de fazer gozações e criticar.



O que se viu ontem, foi um time muito mal escalado, sem identidade e totalmente perdido em campo.  Assim como Mano Meneses foi covarde no ano passado quando estava com um jogador a mais e não colocou o time no ataque, Tite também foi covarde em sacar Bruno César, que apesar de não estar numa boa fase, era o armador do time, e colocar Paulinho, outro homem de marcação. Isso só atraiu o time do Tolima ao ataque e mostrou a linha burra de impedimento que culminou no gol de Santoya. A partir daí, o time que já era apático, entrou em desespero. O segundo gol do Tolima não demorou a sair na cabeçada de Medina. Justiça feita ao gol que marcou no Pacaembu que foi anulado de forma equivocada pelo bandeira. Fora a expulsão "juvenil" do Ramirez. Isso porque ele é experiente em Libertadores. Imagina se não fosse. Mais uma vez Ronaldo foi um a menos em campo. Jucilei estava irreconhecível, assim como no primeiro jogo. Chicão vem cometendo falhas que pra ele não são normais. Leandro Castan mais uma vez provou que não é jogador do nível do Timão. Fábio Santos...bom, prefiro não comentar. Ralf e Alessandro foram como operários correndo pelo resto do time, assim como também Jorge Henrique, Paulinho e Dentinho, uma vergonha. Paulinho não certou um passe e, Dentinho, pra variar, apenas firulou e mais nada.

Enfim, agora é esperar pra ver como será o resto da temporada e rezar pra que Liedson repita ao menos um pouco do bom futebol que apresentou em 2003, pois isso já é bem mais do que o Ronaldo está jogando, e também esperar por novas contratações que, segundo o presidente baladeiro Andrés Sanchez, serão de peso. Confesso que esse "de peso" me traz uma certa apreesão...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Classico alvinegro...




Ontem num jogo eletrizante o Corinthians conseguiu, finalmente, vencer o Santos. Os meninos da Vila sofreram seu primeiro grande revés. Mesmo criando várias oportunidades e tendo um gol erradamente anulado pela arbitragem, o Santos não conseguiu vencer a determinação coritiana e saiu do pacaembu derrotado por 4 a 2. Acho que neste jogo, podemos destacar duas coisas. Enfim Mano Menezes saiu da retranca e surpreendeu Dorival Jr com um time ofensivo e marcando a saída de bola. O jovem Bruno César jogou um partidaço e comandou o meio campo, sendo responsável pelas principais jogadas de ataque, e ainda ajudou na marcação. Este menino tem tudo para finalmente substituir à altura o hoje gremista meia Douglas. A segunda coisas é que o Santos precisa começar a preocupar-se com seu setor defensivo. A qualidade santista do meio pra frente é indiscutível. Entretanto, o Santos vem sofrendo uma quantidade muito grande gols. Fato que fez com que até o zagueiro Edu Dracena comentasse a fragilidade da defesa. Os adversários já perceberam isso e já estão tirando proveito.
Ontem os santistas foram surpreendidos com uma marcação adiantada, dificultando a saída santista e impedindo a criatividade do meio campo, principal arma do peixe. E pra piorar, com 1 minuto e meio de jogo Jorge Henrique abriu o placar na falha do fraco goleiro Felipe. Estando na frente do placar, o Corinthians passou a se defender a tentar sair nos contra ataques, o que fez com que o Santos dominasse a partida no primeiro tempo. Depois do intervalo o Santos voltou com o ímpeto ainda maior e conseguiu empatar aos 7 minutos com André, porém nem teve tempo de comemorar porque 2 minutos depois, o iluminado Bruno César virou o jogo. A partir daí a partida ficou aberta, com o Santos criando as oportunidades mais claras, mas parando na inspirada defesa corintiana. Numa roubada de bola no meio campo, Ralf recebeu de Dentinho e marcou o terceiro. Dorival Jr, de maneira estranha sacou o zagueiro Edu Dracena e colocou Marcel. Com o defesa aberta, o Santos tomou o quarto gol, após cruzamento de Roberto Carlos na cabeça de Paulinho. Diminuiu no final com Marcel.
O Santos saiu derrotado e reclamando da arbitragem, mas do penalti inexistente e o gol legítimo anulado contra o Ceará, ninguém se lembra neh? Acho que o Santos é um grande time, mas um grande time também perde, e os meninos da vila agora precisam aprender a perder.



As declarações do Zagueiro Edu Dracena, criticando a postura tática da equipe, Ganso, que se recusou a sair do jogo contra o Santo André, a falta de disciplina de Neymar e Cia, e a insatisfação de Rodrigo Mancha ao ser subtituído após ter acabado de entrar começam a por em dúvida o comando de Dorival Jr. O desempenho do time vem caindo drasticamente, e seu trabalho já começa a ser questionando nas bandas da baixada. Vamos ver até quando ele aguenta.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Santos...à prova de olho grande!


Ontem mais uma vez o time do Santos mostrou que é imune aos "Zecas Pimenteira" de plantão e venceu o bom time do Gremio na Vila Belmiro, passando assim à final da Copa do Brasil. Num jogo que pra mim, foi a final antecipada, o Gremio até começou bem, e ao contrário do que se supunha, não limitou-se apenas a defender e partiu pra cima do Santos, que foi obrigado a marcar e não teve muitas chances no primeiro tempo. Entretanto, na segunda etapa, brilhou mais uma vez a estrela do cerebral Paulo Henrique Ganso, que acertou uma bomba da intermediária e acertou a ângulo, sem chance pro goleiro Víctor. A partir daí, o time dos Santos, que até então não conseguia jogar, acordou e iniciou uma pressão mortal sobre o time do Grêmio, que foi obrigado a sair para buscar o empate, dando assim mais espaço pra Ganso e CIA, até então bem marcados. Num contra-ataque mortal, após lançamento, André, um dos melhores em campo, protegeu bem a bola e tocou pra Robinho, que num toque genial emcobriu o goleiro Victor. Entretanto, o guerreiro time do Gremio não desistiu e continuou tentando atacar o Santos. Numa cobrança de falta de Douglas, Jonas cabeceou, o goleiro Felipe espalmou nos pés de Rafael Marques, que impedido mandou pra redes. O gol deu sobrevida ao Grêmio que se lançou ainda mais ao ataque com as entradas de William e Leandro. Foi aí que apareceu o coringa santista Wesley. Num contra-ataque rápido ele deu um drible da vaca no zagueiro, fintou o goleiro Victor e quase sem angulo mandou pro gol. A situação do Grêmio piorou quando Jonas se enroscou com Edu Dracena na área e os dois (Edu Dracena sem motivo) foram expulsos. Minutos depois, após falta dura, Rafael Marques também foi expulso. Cansado e com um a menos, o tricolor gaúcho quase levou a quarto. Depois de cruzamento de Wesley, Marcel ,sozinho, conseguiu mandar no travessão. o Peixe então passou a tocar a bola e gastar o tempo.
Depois do apito final os jogadores do Santos ainda reclamaram que foram subestimados e desrespeitados durante a semana pelo presidente do Gremio e que essa era a resposta deles, que sempre tiveram humildade e respeitaram todas as equipes que enfrentaram. Será?

Não dá pra entender o Cruzeiro...parte II


Há alguns dias atrás eu havia dito aqui mesmo no blog que não dava pra entender o time do Cruzeiro, que ao mesmo tempo que batia bons adversários, inclusive fora de casa, perdia para times mais fracos. Na época eu me referia à vitória diante do Nacional do Uruguai nos dois jogos e a derrota par o Ipatinga na semi-final do campeonato mineiro. Não que o Nacional seja um grande time, mas era um adversário teoricamente mais difícil, principalmente jogando em casa. Mesmo assim o cruzeiro venceu os dois jogos por 3 a 0, alimentando assim a esperança da torcida rumo à mais uma final de Libertadores. Entretanto, o que se viu ontem no Morumbi foi um time perdido e desorganizado. Logo no primeiro minuto de jogo, Kleber foi expulso depois de dar uma cotovelada em Richarlyson. A partir daí, o São Paulo dominou totalmente o jogo e, só não aplicou uma goleada devido às defesas do ótimo goleiro Fábio.
Que os são-paulinos não pensem que esotu comparando o time do São Paulo ao Ipatinga ou Nacional. Com certeza os méritos tricolores são inegáveis. Mais uma vez Fernandão fez a diferença. Os times que entraram em campo ontem não eram o mesmos dia de 15 dias atrás. O Cruzeiro não era de longe o time que conquistou a vaga vencendo por 3 a 0 na casa do adversário. O São Paulo de ontem é infinitamente superior ao time sofrível que venceu nos penaltis o fraquíssimo Universitário. Agora eu me pergunto: qual dos dois é o verdadeiro time do Cruzeiro? O time coeso e forte que venceu o Nacional, ou o time perdido e cabisbaixo que foi humilhado pelo São Paulo? Espero que no campeonato brasileiro, eu finalmente possa saber qual dos dois é verdadeiro, e finalmente entender o Cruzeiro.

A casa caiu...


O que está acontecendo com a Sociedade Esportiva Palmeiras. Constante troca de treinadores, vários jogadores dispensados por indisciplina, time aos trancos e barrancos e torcida furiosa. Essa a situação atual do Palmeiras, que parece viver um dos piores momentos de sua história. Entretanto, analisando a situação, acho que fica nítido até para o mais leigos, que o problema do alviverde da Barra Funda não é o time ruím e limitado, mas sim a sua diretoria. Depois da saída do contestado, porém vitorioso Mustafá Contursi, o Palmeiras nunca mais conseguiu engrenar. Contratou Wanderley Luxemburgo, fechou uma parceria milionária com a Traffic, conseguiu um bom patrocínio e contratou vários bons jogadores, como Clayton Xavier, a revelação Keirrison e o aspirante a craque Diego Souza. Ia muito bem no brasileirão até que, numa nebulosa negociação, Keirrisson, que não vinha em boa fase, foi vendido para o Barcelona da Espanha, o que irritou Wanderley Luxemburgo, que manifestou seu desagrado e acabou demitido sob a alegação de quebra de hierarquia. A partir daí, o barco começou a afundar. O time começou a capengar, a mesmo com a chegada do vitorioso Muricy Ramalho, o Palmeiras, que dominara a maior parte de do campeonato, chegando a ter uma vantagem de 15 pontos em relação ao segundo colocado, entrou em queda livre. Não só perdeu o título como também a vaga na Libertadores da América, causando a vergonha e a ira da torcida. De lá para cá, foram só dissabores. O time fez uma das piores campanhas da história do clube no campeonato paulista, foi eliminado da copa do Brasil pelo nanico Atlético Goianiense e agora no início do campeonato brasileiro, depois de uma atuação ridícula contra o Vasco, demitiu o técnico Antônio Carlos Zago sem explicações relevantes, e mais dois jogadores, Roberto e Marquinhos, novamente por indisciplina. Fora Digo Souza que já estava afastado depois de fazer gestos obscenos para a torcida.
Tudo isso, nos levar a pensar que, se continuar nesse ritmo, o destino do Verdão seja novamente a segundona do nacional. Mas será que cair uma mês já não foi o suficiente pra aprender que um bom time é feito primeiramente por uma diretoria competente e um bom planejamento. Será que a torcida já não sofreu humilhação o bastante.


 

É claro que nada justifica o comportamento da torcida no caso do atacante Vagner Love, que foi agredido por torcedores e deixou o clube pela porta dos fundos. Todo protesto é válido, desde que com razão e sem violência. E ultimamente, o que mais essa torcida tem tido, é razão para protestar. Agora a diretoria promete reverter a situação, contratando reforços e um novo treinador. Especula-se até o nome de Luiz Felipe Scolari, campeão da Libertadores pelo clube. Mas na minha humilde opinião, o Palmeiras deveria especular é uma nova diretoria, uma nova filosofia de trabalho, consciente e isento de interesses financeiros e políticos, onde o sucesso do clube viesse em primeiro lugar. Acho que já está mais do que provado que apenas formar bons times, recheados de craques não traz resultados. Tem que ter planejamento e acima de tudo, idoneidade e seriedade na direção. Querem exemplo melhor do que o Flamengo, que no ano do seu centenário encheu o time de estrelas com Alex, Edmundo, Romário, Vampeta e Denílson, faz uma campanha lastimável no carioca e por muito pouco não foi rebaixado no brasileiro.
Vamos aguardar cenas dos próximos capítulos do drama palmeirense. Com certeza o futebol brasileiro carece do retorno do bom futebol e dos grandes jogos de sua história e, com certeza, o Palmeiras faz parte dessa história. Resta à torcida lembrar-se com saudade dos grandes times dos anos 90, e rezar por dias melhores.